É com muita alegria que estou aqui, partilhando contigo o que a arte tem me ensinado ao longo da minha vida e continua ensinando.
Quando era criança e adolescente queria ser atriz, de 10º a 12º andei num liceu que tinha como especialização as artes e sobretudo o teatro. Amei as aulas de teatro e do palco! Também escrevia poesia e recordo tão bem o olhar orgulhoso da minha mãe quando me apresentava aos seus amigos como “minha filha poetisa!” Essa mais bela validação da minha mãe ficou sempre marcado no meu coração.
A vontade de viajar antes dos estudos académicos fez me sair da Finlândia e percorrer alguns países e acabei por me estabelecer na Madeira. Criei família e nos meus tempos livre pintava e praticava yoga e iniciei a busca mais consciente de mim mesma. Trabalhei numa equipa de contadores de histórias e foi nessa altura que ouvi falar da arte-terapia. Sabia que era essa a minha expressão perante mim mesma e o mundo, pois foi sempre a arte, seja qual tivesse sido a expressão artística, que me trouxe mais compreensão, mais serenidade, mais entusiasmo, mais alegria.
Com toda a convicção afirmo que a arte cura! Torna-nos mais inteiros; torna visível o invisível, pois o criar é como escrever cartas da nossa mente inconsciente para mente consciente. Não importa o resultado da criação, é o próprio fazer artístico que importa! Há muitos caminhos de cura mas a arte é sem duvida um deles. Nós somos todos Seres Criativos, fruto de uma ação criativa e é tão fácil de entender isso quando observamos as crianças que ainda ressoam na sua essência criativa. Para desenhar algo, não fazem um plano prévio para tal, simplesmente pegam nas cores e desenham... o braço e a mão movem num gesto orgânico e espontâneo pelo simples prazer de desenhar. São assim em todas as brincadeiras, espontâneas e criativas. Mas depois surgem os NÃOs... “Não faças isto, não é assim, não é assado, não pules, não fales alto...” e pouco a pouco a nossa essência criativa fica tapada, camada a camada, até que “as crenças dos nãos” tomam a conta de tal maneira que nos esquecemos...
Boa notícia é que quando existe um momento de acordar, quando tomamos consciência que nos perdemos pelo caminho, podemos caminhar de volta. Nos meus cursos e workshops nunca vi ninguém que não acendesse um brilho no olhar quando convido para um simples rabiscar ao som da música. Mesmo aqueles que dizem que não têm jeito nenhum, e sobretudo eles! Entendemos depois que criar é algo intrínseco ao homem; desde inicio dos tempos, faz parte da nossa essência. Podemos simplesmente colocar uma bela música, pegar duas cores, uma em cada mão, fechar os olhos e deixar que as mãos vão até onde querem ir, traçando gestos conforme o nosso sentir. Não existe certo nem errado mas apenas a Expressão Original da nossa alma, ai mesmo, nesse preciso momento!
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